Geralmente temos uma introdução pela música quando o bailaor percebe o compasso do baile. Nada impede, porém, dele cadenciá-lo antes da música. Assim se revela o início de uma conversa entre músicos (aqui se inclui o cantaor) e bailaores; e, como em diálogo, cada qual tem a sua vez de “falar”. Isso quer dizer que, em termos genéricos, enquanto se canta não se sapateia, pelo menos não uma grande sequência, como uma escobilha. Apesar de atualmente os bailaores estão fazendo o arremate em cima da letra, mas mais no final do compasso. Como descobrir quando começar a cantar ou sapatear durante um improviso?
Muitas das canções flamencas são versos característico do seu folclore e, por isso, amplamente conhecidos pelo seu povo de origem. Entretanto, em muitas situações não conhecemos o verso, pois não é parte de nossa cultura. Felizmente há algumas indicações. Por exemplo, tocaor pode acentuar os golpes nas cordas da guitarra para valorizar o fim do verso ou um conjunto deles. O cantaor também pode elevar a intensidade do seu cante para indicar a finalização do verso. Quando isso acontece dizemos que o cantaor está “fechando a letra” e ele pode e vai fazê-lo várias vezes durante a música.
Enquanto o cantaor diz a letra, cabe a quem bailar fazer “marcajes”, “paseos” e outros movimentos mais suaves de forma a não interferir bruscamente na execução do cante. Quando o cantaor está para “fechar a letra”, o bailaor decide se quer dar uma “patada” (sapatear) ou não. Como ele indica isso?
Se ele continuar com as “marcajes” ou outros dos movimentos já citados, o cantaor entende que deve entrar com uma nova letra.
Se ele fizer um “arremate” ou uma “chamada” está dizendo que vai dar uma “patada” ou iniciar uma escobilha. Neste caso, o cantaor aguarda que o bailaor encerre sua performance com algum novo “arremate” ou nova “chamada” para entrar com a letra.
As palmas também estão muito presentes durante todo o processo. Durante o cante são de intensidade mais baixa, abafadas (palmas “sordas”). Podem ou não fazer desenhos, mas sempre marcando o compás. Quando o cantaor está fechando a letra tudo pode crescer muito em energia: o cantaor investe mais intensidade na voz; o bailaor aumenta a força dos movimentos com recortes ou chamadas; o tocaor acompanha o momento com golpes mais marcados na guitarra e as palmas podem ficam mais estridentes, altas intensas (palmas “brillantes”) e “redobladas” (ver técnicas de palmas). Uma vez eu fiz uma comparação com um orgasmo, que a intensidade vai subindo...até explodir !! Isto é coisa que uma professora fale com seus alunos ?? bem , só tinha mulheres acima de 30, elas ficaram mais empolgadas com a dança !! Mas voltando ao assunto uma vez iniciado o compás cabe a quem está bailando mantê-lo evitando variações acidentais. Entretanto, em um dado momento, o bailaor ainda pode iniciar a “subida de ritmo”, ou seja, acelerar a cadência para aumentar a vibração do baile. Geralmente ele o faz na segunda metade da apresentação para terminar em grande estilo.
Estas variações são muito comuns e dão uma vivacidade inquestionável ao flamenco, principalmente quando bailado em tablados pequenos onde o público pode ficar bem perto.
O bailaor decide quando acaba o baile também. Claro que existe um momento para esta interferência e cabe a ele perceber quando se abre esta janela. O que se faz geralmente é cruzar a diagonal do tablado em um passo rápido, “chamar” os músicos e iniciar a saída finalizando com um “arremate de cierre”.Mas sinceramente, para improvisar e dominar o baile tem que se estudar , escutar , praticar muito , "por toda la vida"!!
Fonte: juerguitaflamenca.blogspot.com + alguns pitacos meus...
O bailaor decide quando acaba o baile também. Claro que existe um momento para esta interferência e cabe a ele perceber quando se abre esta janela. O que se faz geralmente é cruzar a diagonal do tablado em um passo rápido, “chamar” os músicos e iniciar a saída finalizando com um “arremate de cierre”.Mas sinceramente, para improvisar e dominar o baile tem que se estudar , escutar , praticar muito , "por toda la vida"!!
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