segunda-feira, 31 de agosto de 2015

PINTURAS E IMAGENS FLAMENCAS E CIGANAS 1


















sexta-feira, 28 de agosto de 2015

PINTURAS FLAMENCAS 1












GLOSSÁRIO FLAMENCO -LETRA Z

Fonte: www.cuadraflamenca.art.br

LETRA Z

ZAMBRA: Festa mourisca com música e algazarra. Posteriormente, festa dos gitanosandaluzes. Ainda hoje se cultiva a Zambra Granadina, nas Cuevas Del Sacromonte, formada por três bailes de Caracter Mínimo: la Alboreá, la Cachucha, e la Mosca, que simbolizam três momentos da boda gitana. Esta mímica, refletida na dança, pretende preservar uma antiga tradição do baile.A Zambra também é um baile, toques arabes na melodia..compasso semelhante ao tangos..
ZAPATEADO: Baile. Consiste em um baile sóbrio de grande presença flamenca, que surge a meados do séc. XIX. É uma combinação rítmica de sons executados com a planta, salto e ponta do pé, e é interpretado por homens. Quando dançado por mulheres, estas usam traje masculino. Atualmente o Zapateado flamenco se intercala na maioria dos estilos, tanto por homens como por mulheres, muitas vezes ficando a guitarra em silêncio, para ressurgir junto com os demais elementos de acompanhamento no momento de sua maior intensidade ou arremate.

GLOSSÁRIO FLAMENCO - LETRA T e V

Fonte: http://www.cuadraflamenca.art.br/

LETRA T

TABLAO: Cenário para atuação dos artistas.
TANGOS: Cante flamenco ao compasso de 4/4, rítmico e alegre que provavelmente teve sua origem nas Américas.
TANGUILLO: Tango de Carnaval ou Tango de Cádiz. Cante que os coros interpretam no carnaval. Compasso de 4/4.
TARANTAS: Cante flamenco flamenco do grupo dos Cantes de Levante ou de Las Minas. Execução livre.
TARANTOS: Cante flamenco que pertence ao grupo dos Cantes de Levante. Compasso 4/4.
TEMPLE: Cantiñeos que o cantaor utiliza para encontrar o tom que a guitarra lê da.
TEMPORERAS: Cante flamenco do tipo Laboral Campesino.
TERCIO: Cada um dos versos que constam em uma copla de cante.
TIENTOS: Cante. Com copla de 4 versos octossilabos, seguidos geralmente por um ou vários estribilhos de 3 versos, de medida uniforme. São conhecidos desde a metade deste século , atribuídos a Enrique el Mellizo e divulgados por Manuel Torre. Procede dos Tangos e tem o compasso igual a este, ainda que mais lento, solene e complicado. Em Cádiz era chamado Tango Tiento, ou seja tango lento. Mais tarde em Sevilla, a expressão se reduziu a Tientos. É um cante bailável, com letras sentimentais e comovedoras.
TOCAOR: Guitarrista flamenco.
TONÁS: Cante flamenco sem guitarra, pertence ao grupo dos Martinetes, Deblas,Carceleras.
TOQUE: Ação e efeito de tocar a guitarra flamenca.
TRILLERAS: Cante flamenco de origem Andaluza, que se cantava nos trabalhos no campo. Também chamado Cantes de Trilha.

LETRA V

VERDIALES: Cante flamenco aparentado com o folclore, pertence ao grupo dosAbandolaos.
VOZ AFILLÁ: Denominação que se aplica ao tipo de voz rouca, grave e rasgada, por alusão ao cantaor El Fillo, que segundo a tradição oral possuía este tipo de voz.
VOZ LAÍNA: Designa a voz de tom agudo, fino.



GLOSSÁRIO FLAMENCO - LETRA R e S

Fonte: http://www.cuadraflamenca.art.br/

LETRA R

ROMANCE: Cante. Chamado também de corrido ou corrida, se originou de uma entonação especial dos romances populares andaluzes. É interpretado sem acompanhamento, e por isso é considerado por muitos o estilo mais primitivo do flamenco, de onde procederam as Tonás. Existe uma variante criada por Antonio Mairena ao compasso de Soleá por Bulerias.
ROMERA: Cante flamenco do grupo das Cantiñas de Cádiz.
RONDEÑA: Cante flamenco do grupo dos Cantes Abandolaos (Málaga).
RUMBAS: Cante aflamencado do grupo dos Cantes de Ida Y Vuelta.

LETRA S

SAETA: Cante de origem religioso popular que se interpreta na Semana Santa durante as procissões.
SALÍA: Começo do cante.
SERRANAS: Cante flamenco do grupo das Seguiriyas.
SEVILLANAS: Cante e baile folclórico aflamencados de origem andaluza.
SEGUIRIYA: Cante flamenco, trágico e triste, que a princípios levava o nome dePlayera.
SOLEARES: No singular, Soleá. Cante flamenco com compasso misto. Possui muitas variantes.
SON: Acompanhamento do cante ou baile mediante palmas, e ou castanholas, nudillos, golpes, etc.




GLOSSÁRIO FLAMENCO - LETRA O, P e Q

Fonte: www.cuadraflamenca.art.br

LETRA O

ÓPERA FLAMENCA: Espetáculo flamenco de cantebaile, e guitarra que proliferou nos anos de1920 a 1936 por toda Espanha, organizado por empresários profissionais, e apresentado quase sempre em praças de toros e grandes teatros.

LETRA P

PALMAS: Forma de acompanhar o cante. Existem vários tipos: abafada (sorda), dobrada (redoblás), natural.
PALO: Nome que recebe cada estilo de cante.
PALO SECO: Cantes sem o acompanhamento da guitarra.
PELLIZCO: Comoção que produzem determinados cantes ou bailes no ânimo das pessoas que os escutam ou presenciam.
PEÑAS FLAMENCAS: Entidades constituídas em forma de associação por aficionados pela arte flamenca, para a exaltação e difusão do cantebaile e toque flamencos. Tiveram seu apogeu a partir do início dos anos 60 em toda a Andaluzia, estendendo-se por toda Espanha e diversos países estrangeiros. Nas Peñas, a arte flamenca é o tema contínuo das reuniões e dos recitais, tanto de intérpretes consagrados como de novas promessas.
PETENERA: Cante flamenco, provavelmente oriundo de Paterna de La Rivera (Cádiz).
PLAYERAS: Nome antigo dos cantes por seguiriya.
POLO: Cante flamenco muito antigo, próximo da Caña.

LETRA Q

QUEJÍOS: Ayes (ais) que se executam no cante ao pricípio, meio e final.


GLOSSÁRIO FLAMENCO - LETRA M e N

Fonte: www.cuadraflamenca.com.br

LETRA M

MACHO: Estribilho de alguns cantes.
MALAGUEÑAS: Cante flamenco livre próprio da região de Málaga, expressão flamenca do Fandango com mesmo nome.
MARIANA Cante flamenco que se origina do aflamencamento de uma canção andaluza. Compasso semelhante ao dos Tientos.
MARTINETE: Cante flamenco do grupo das Tonas (a palo seco) que pode levar o acompanhamento de “ yunque y martillo” (bigorna e martelo).
MELISMA: Grupo de notas sucessivas cantadas sobre a mesma sílaba, como adorno ou floreio da voz.
MILONGAS: Cante flamenco de origem hispanoamericana, do grupo dos Cantes de Ida Y Vuelta.
MINERA: Cante. Com copla de cuatro ou cinco versos octossílabos, que provavelmente apareceram nos meados do séc.XIX. Pertence ao grupo dos Cantes de Levante e dentro dele, como seu nome indica, pertence aos chamados Cantes de las Minas, com uma modulação tão definida e marcada como a da Taranta. Sua vertente mais conhecida é das Minas de La Unión, em Murcia.
MIRABRÁS: Cante flamenco do grupo das Cantiñas de Cádiz.

LETRA N

NATURAL: Uma classe de voz própria do cante flamenco. Voz de peito.

GLOSSÁRIO FLAMENCO - LETRAS G , J e L

Fonte:ww.cuadraflamenca.art.br

LETRA G

GARROTÍN: Cante de origem folclórico andaluz que se aflamencou.
GITANOS: Povo nômade que chegou a Península Ibérica por volta do séc.XV.
GRANAÍNA: Cante flamenco. É o Fandango de Granada. De execução livre, é costume arremata-lo com a Media Granaína.
GUAJIRA: Cante flamenco com influência do folclore cubano, pertence ao grupo dos Cantes de Ida Y Vuelta.

LETRA J

JABERA: Cante flamenco do grupo dos Cantes Abandolaos (Cantes de Málaga).
JALEAR: Ato de acompanhar e animar o bailecante e guitarra com palmas e exclamações.
JONDO: Adjetivo que se aplica ao cante flamenco mais puro.
JUERGA: Festa ou reunião de aficionados e interpretes em um ambiente idôneo para a melhor manifestação do bailecante e guitarra.

LETRA L

LAÍNA: Tipo de voz fina do cante flamenco.
LIVIANAS: Cante flamenco do grupo das seguiriyas.






GLOSSÁRIO FLAMENCO - LETRAS D e F

Fonte: www.cuadraflamenca.art.br

LETRA D

DECIR: Cantar. Em especial cantar com um estilo peculiar, conferindo ao cante intensidade e comunicação plenas.
DESPLANTE: Baile. Golpes fortes dados contra o solo que se emprega como arremate de outros passos, correspondendo na guitarra aos rasgueios simples que vão ao final da melodia.
DUENDE: Encanto misterioso e inefável do cante. É uma expressão poética que dá nome à magia intrínseca do flamenco. Segundo alguns autores, há uma ligação entre o termo Duende e os ritos dionisíacos, onde se vivia uma espécie de transe coletivo.

LETRA F

FALSETAS: Execuções com a guitarra para completar os espaços entre os tercios do cante.
FANDANGO: Cante flamenco procedente do folclore, com muitas formas e variações em toda Andaluzia.
FARRUCA: Cante de origem folclórico andaluza que se aflamencou. Alguns autores o consideram um dos Cantes de Ida Y Vuelta.
FLAMENCO: Termo com o qual se designa o conjunto de cantes e bailes formado pela fusão de certos elementos do orientalismo musical andaluz dentro dos peculiares modos expressivos gitanos. O Flamenco é uma manifestação cultural que se originou na Andaluzia, com uma existência de aproximadamente dois séculos. A origem do nome Flamenco em seu significado atual, que aparece documentado já ao final do séc. XVIII, está ainda sem resolver.

GLOSSÁRIO FLAMENCO - LETRA C

Fonte: www.cuadraflamenca.com.br

CABALES: (1) Arremate das seguiriyas. (2) Pessoas entendidas em cante flamenco.
CAFÉ CANTANTE: Local onde serviam bebidas e ofereciam recitais de cantebaile e guitarra. Durante seu apogeu, na segunda metade do secXIX, contribuiram para difundir a pratica profissional do flamenco.
CAÍDA: Final de um cante.
CAMPANILLEROS: Cante. Sua copla é de 6 versos. É um cante aflamencado que se originou de canções religiosas andalusas que eram entoadas no Rosário de la Aurora.
CANTAOR: Artista que canta flamenco.
CANTE: Utilizado como abreviação de “Cante Flamenco”, denomina o conjunto de composições musicais em diferentes estilos que surgiram entre o último terço do séc. XVIII e a primeira metade do séc.XIX, devido a justaposição de modos musicais e foclóricos existentes na Andaluzia.
CANTE CHICO: Expressão subjetiva que denomina os cantes menos solenes e mais apropriados para o baile.
CANTE FESTERO: Assim são chamados os estilos alegres e agitados, como asalegrias, as rumbas e os tangos.
CANTE GRANDE: Expressão subjetiva de denomina os estilos mais solenes do cante. Também pode significar um cante bem interpretado.
CANTE JONDO: Expressão subjetiva que denomina os cantes mais solenes, primitivos, profundos e com força expressiva. Sinônimo de cante puro.
CANTES DE IDA Y VUELTA: Expressão que designa o conjunto de estilos aflamencados procedentes do folclore hispano americano.
CANTIÑAS: Cantes próprios de Cádiz, de compasso misto, entre os quais se destacam: CaracolesMirabrásAlegriasRomeras e Cantiñas propriamente ditas.
CAÑA: Cante flamenco muito antigo.
CARACOLES: Cante flamenco do grupo das Cantiñas de Cádiz.
CARCELERAS: Cante do grupo das Tonäs. É interpretada sem guitarra (a palo seco). A copla é de quatro versos octossílabos.
CARTAGENERA: Cante flamenco do grupo dos Cantes de Levante, de execução livre.
CEJILLA: Peça que se fixa sobre o braço da guitarra para subir o tom.
COLOMBIANAS: Cante flamenco do grupo dos Cantes de Ida Y Vuelta.
COMPÁS: Medida de uma frase musical com sua acentuação correspondente.
COPLA: (1) Canção popular. (2) Estrofe de quatro versos octossílabos com rima assonante nos pares.
CUADRO FLAMENCO: Conjunto de interpretes de bailecante e toque flamencos.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

GLOSSÁRIO FLAMENCO - LETRAS B

topo

BAILAOR/A: Artista que baila flamenco.
BAILE: O flamenco é um baile vivo e em constante evolução, mas suas características básicas se cristalizaram entre 1869 e 1929, a chamada idade do ouro do flamenco.
BAMBERA: Cante. Sua copla é de quatro versos octasílabos, ainda que algumas vezes segue um esquema diferente. É um estilo folclórico aflamencado.
BRACEOS: Movimentos do baile flamenco executado com os braços.
BULERÍAS: Cante e baile flamencos de compasso misto e ritmo vivo.

GLOSSÁRIO FLAMENCO - LETRA A

PROFESSORES DE DANÇA FLAMENCA

SEGUE GLOSSÁRIO FLAMENCO..O POVO ADORA UMA TEORIA,MUITA COISA ESCRITA AQUI NINGUÉM ENTENDE OU NUNCA IRÁ UTILIZAR, OU NÃO É RELEVANTE, OU SÓ INTERESSA PRO MÚSICO, MAS SEMPRE TEM UM ALUNO MALA QUE VAI PESQUISAR ISTO NA INTERNET E TE TESTAR PARA EXPOR SUA IGNORÂNCIA...VOCÊ TEM DUAS OPÇÕES: OU DIZ QUE FLAMENCO SE APRENDE FAZENDO..OU DECORA TUDO ISTO PARA MOSTRAR QUE TEM CONHECIMENTO PRO TAL ALUNO MALA QUE GERALMENTE NEM CONSEGUE FAZER UM SAPATEADO DENTRO DO TEMPO E LIMPO...EU PREFIRO A PRIMEIRA OPÇÃO...DE QUALQUER MANEIRA CONHECIMENTO É SEMPRE BOM...
Izabel Moratti

Fonte do Glossário:
www.cuadraflamenca.art.br

A COMPÁS: Cante ou baile que é interpretado seguindo fielmente o ritmo ou cadência do estilo correspondente.
A PALO SECO: Cante interpretado sem o acompanhamento da guitarra, a capella.
ABANDOLAOS: Cantes ou fandangos típicos de Málaga.
AFICIONADO/A: Pessoa entusiasta da arte flamenca. Também denomina o intérprete de qualquer das facetas do flamenco (toque, baile ou cante), que não o exerça como profissional.
AFILLA: Tipo de voz dentro do Cante Flamenco, rouca e rasgada.
AFLAMENCARSE: Fenômeno pelo qual uma estrofe ou canção de qualquer gênero adquire características flamencas.
AL AIRE: Guitarra. Tocar sem cejilla.
ALANTE: (cante de) Cante que se executa para ser ouvido.
ALBOREÁ: Cante Flamenco. Pertence ao grupo dos cantes influenciados pela Soleá. Comum nos casamentos de ritual “gitano”.
ALEGRÍAS: Cante e baila flamencos de compasso misto. Próprio de Cádiz.
ARPEGIADO: Guitarra. Técnica de toque empregada para interpretar acordes com notas consecutivas e não simultâneas. A primeira das cordas se toca com o polegar e as restantes com os demais dedos alternados.
ARRANCARSE: Começar a execução de um cante ou baile.
ATRÁS(cante de): Cante que se executa para ser bailado.

BAILES FLAMENCOS MAIS EXECUTADOS...BULERIAS.

BULERÍAS 
Origem: Gitano (Jerez) 
Acompanhamento: Cante/Baile/Guitarra 
Cante: Chico
Compasso: 12 Tempos
12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

O ritmo mais típico é aquele baseado na forma de Bulerías. Cada compasso tem 12 batidas, com intervalos não regulares entre os acentos. A velocidade das batidas chega a 300 batidas por minuto, ou seja pode ficar muito rápido. 
O nome Bulerías provavelmente vem de “Burlar” que significa “brincar”. Isso é refletido na dança, na letra e também na música, há várias “piadas musicais” e mudanças inesperadas de ritmo e melodia.
Ambas as palavras “Bulla” (barulho) e “Burla” (zombar) caracterizam a Bulerias, mas ninguém realmente sabe como surgiu o nome desse ritmo. 
É um dos bailes mais difíceis de dominar, pois é essencial ter muita graça e ritmo e agilidade.
Há muitas opiniões em torno da origem das Bulerias a mais considerada é que desenvolveu-se como as Soleares de um estilo simples. No entanto, diferente das Soleares, possui um ritmo rápido e energético (de fato, é o ritmo mais rápido em todo o Flamenco) e exige um grande esforço dos dançarinos, cantores e guitarristas, em termos de improvisação. As Bulerias são selvagens, frenéticas e cheias de vida, mas apesar de tudo, contém o germe da dor que está quase sempre presente no flamenco. 

Cheia de graça, divertimento, as Bulerias são consideradas a última expressão para as habilidades do dançarino e do guitarrista.  
Fonte: www.patioflamenco.com.br
Opinião de Izabel Moratti - Comecei a aprender a dançaflamenca em 1995,no Rio de Janeiro, quando não havia Internet, You Tube, Cursos Internacionais ,nem músicos de flamenco...o que sempre me passaram é que a Buleria é muito difícil, rápido demais..com o tempo, observações, estudo e experiência com musico ao vivo percebi que bailar bulerias não é este bicho de sete cabeças..Claro que é preciso conhecer o ritmo,principalmente através de palmas..saber entrar na letra, conhecer as letras a hora certa de sapatear..mas dá pra fazer com calma, sem desespero, curtindo, mesmo com os movimentos mais simples..não é preciso preencher cada compasso com um movimento..é preciso ter criatividade e se entregar, brincar, debochar..como os músicos fazem quando fazem suas patadas ao final, por fiesta...Observem nos vídeos os mais velhos dançando, a graça,a alegria e principalmente a intenção flamenca. Claro que é bom aprender patadas nos cursos..mas o bacana mesmo é  utilizar de todo o conhecimento para improvisar e criar seus próprios movimentos,sua própria patada dentro da estrutura e respeitando a linguagem de tablao em sintonia com os músicos...Posteriormente escreverei sobre os diversos estilos de Buleria, de acordo com seus lugares de origem ,como Cádiz e Jerez...

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

ELEMENTOS PRESENTES NA ESTRUTURA DO “BAILE” FLAMENCO - 2ª parte

Fonte: www.flamencobrasil.com.br - Por: Renata Chauviére
Escobilla”
É a sequência de sapateado. Pode ser acompanhada pela guitarra com a sonoridade tradicional de “escobilla” de um determinado ritmo, que estabelece uma estrutura de pergunta e resposta do sapateado ou por uma falseta, como foi dito anteriormente, permitindo maior liberdade na construção da sequência.
 “Llamadas”
Curta sequência de pés, normalmente com um final forte e preferencialmente a tempo para que seja facilmente entendida pelo “cantaor”, já que se trata do momento em que ele é “chamado” para entrar com seu “cante”.
 “Cierres”
Como conteúdo, podem ter a mesma sequência de pés de uma “llamada”, porém, ao invés de colocados antes da “letra” ou para chamá-la, os “cierres” finalizam uma idéia. Por exemplo, a colocação de um “cierre” após um bloco de “letras”, indicando que se passará a um próximo momento, por exempo, uma “escobilla” ou uma “falseta”.
 “Remate”
Os “remates”, como na costura, unem uma parte à outra dentro da estrutura. Pode-se utilizar um remate na parte forte do “cante” (“subida” ou “caída” da letra, dependendo do ritmo) ou nos espaços onde se pode “respirar” o cante, com passos preferencialmente não mais longos que dois compassos.

Para melhor visualizar todas essas nuances, reproduzo a letra de uma “soleá”:
Yo llevo una cruz en los ombros
Que no la puedo sostener
(aqui se faria o remate dando um compasso de intervalo)
Que no la puedo sostener
Ay no la puedo sostener
Pero en llegando al Calvário
(compasso que se pode rematar em cima da letra)
Yo allí la dejo caer
Pero en llegando al Calvário
(compasso que se pode rematar em cima da letra)
Yo allí la dejo caer
(cada linha tem duração de um compasso de soleá, com os 12 tempos característicos do flamenco)
Muitas vezes utilizada no final do “baile”, evidencia seu o seu fim. A melodia é cíclica e normalmente apoteótica. O “bailaor” pode escolher sair de cena ao som de uma “coletilla” ou, após a mesma, fazer o “cierre” final de seu “baile”.



ELEMENTOS PRESENTES NA ESTRUTURA DO “BAILE” FLAMENCO - 1ª parte

Fonte: www.flamencobrasil.com.br - Por: Renata Chauviere

Introdução da “guitarra” – na qual já se pode reconhecer o ritmo que será tocado;
“Salida de cante”
Por “salida de cante” entende-se o princípio da música na qual o “cantaor” “templa” (significa: afina) sua voz no tom em que se executará o ritmo a ser dançado. Tal “temple” pode tomar forma de “Ayeos” ou “glosolalias” como os famosos “tirititranes” das alegrias ou “ayes” e “tiritiris” da “seguiriya”.
Após “templar”, o cantaor pode também utilizar como “salida” uma ou mais “letras” tradicionais do “palo” (ritmo) que se vá “bailar”. Hoje, neste momento de cante de preparação, muitos “bailaores” escolhem para inspirar-se, uma canção flamenca ou um tema de outra origem “aflamencados” (tango argentino, bolero ou outros).
 “Falsetas de guitarra”
Por “falseta” entende-se: tema do violão desenvolvido sobre a tonalidade tocada ou suas relativas e são usadas em diferentes momentos durante o baile, podendo servir também como introdução da “guitarra” acima mencionada. Podem ser dançadas somente com movimentos de corpo ou mesmo sapateadas.
Cabe aqui comentar sobre o “silêncio”, elemento bastante utilizado nas montagens de alegrias tradicionais, que são como um adágio da música clássica, tipicamente com duração de seis compassos lentos, normalmente em tonalidade menor, diferente do tom maior comum a maioria das “alegrías” e tipicamente encerrado com uma “castellana” que nada mais é do que o estribilho usado para finalizar letras de “alegrías” que, quando colocado após o silêncio, passa a chamar-se “castellana” numa referência aos “paseos de Castilla”.
“Letra”
Por letra entende-se a melodia de um verso cantada no ritmo da coreografia que se dança. A melodia somada ao tom da guitarra é o que define o ritmo, sendo que um mesmo ritmo tem em sua familia melodias diferentes: seguiriya de los puertosseguiriya gaditanasoleá de Alcalá, ou de Triana, entre outras, alegrías de Córdoba ou de Cadiz entre outras da familia das Cantiñas.
É importante observar que diferentemente da música ocidental, o conteúdo dramático do baile/ritmo não está somente em suas letras que, na maioria das vezes, principalmente nas mais tradicionais, são simples em sua rima e vocabulário. Tal conteúdo se encontra na origem do próprio “palo”. Tomemos por exemplo as “bulerías”: se estas são um ritmo reconhecidamente festeiro, com muitas letras de duplo sentido, assim como muitos “tangos”, o “cante mineiro” traz nele e em toda sua família (todos os “cantes” dele originados como os tarantos), toda a dor da perda e do sofrimento advindo do trabalho dos mineiros (origem deste cante), às vezes feridos ou mortos em decorrência de seu trabalho, originando “letras” que cantam tanto a pena do próprio trabalhador como de seus familiares. No “cante por seguiriyas” também se canta a perda e a dor, decorrentes da morte em sua maioria. O “cante por soleá” traz em si solenidade e profundidade da “jondura” (profundidade) flamenca e é considerado por alguns como um cante matriz ainda que não se possa comprovar historicamente qual teria sido o primeiro cante. Há também as “alegrías”, que já mencionamos. Elas são originárias da província de Cádiz e têm uma inspiração inicial nas “Jotas de Cadiz” e que falam de amor com mais leveza do que se falaria em uma “soleá”. Deve-se observar que o coreógrafo/”bailaor”/intérprete, ao escolher um “baile” como tema, precisa necessariamente conhecer a essência histórica do ritmo base a ser coreografado para construir sua história com propriedade.
Escolhido o tema/ritmo principal, que será a essência de sua coreografia, o “bailaor” vai construir a sua história regendo todos os elementos envolvidos na construção, mudando/transformando o sentimento inicial que motiva seu baile, levando o tema/ritmo/sentimento inicial a catarse final na conclusão de sua obra. Para levar o “baile” a este clímax, costuma-se trabalhar com mudanças rítmicas, fazendo com que o tema principal leve a outros, muitas vezes de andamento mais acelerado que o primeiro.