quinta-feira, 21 de junho de 2012

Palos Flamencos - Alegrias

Fonte: Palos Flamencos - Autor: Pepe de Córdoba

 É um cante andaluz de festa. Inicialmente eram cantes exclusivamente para bailar. Somente após a intervenção de certos cantores, entre eles Aurélio de Cádiz e Manuel Gomes é que as alegrias foram incorporadas aos cantes para escutar, com a adoção de um ritmo mais lento e pausado.
  as alegrias são oriundas de Cádiz e dominam um grupo caracterizado como cantiñas. Tiveram sua origem provavelmente a partir de uma dança regional aragonesa denominada jota ( ou seja, de Aragão), trazida a essa cidade pelos soldados daquela região, durante a luta contra os franceses, na Guerra da Independência, isso por volta do Século XIX. Segundo os estudiosos que assim pensam, as alegrias são, pois, jotas aflamencadas e impregnadas do garbo e do jovial heroísmo espanhol. O mais provável, no entanto, é que as alegrias tenham se desenvolvido a partir das mais antigas soleares. Tal conjectura se baseia na identidade rítmica e acentuação dos dois palos, embora as alegrias sejam mais rápidas e sua estrutura harmônica seja mais brilhante , proporcionando um ar muito mais alegre e vibrante , em contraposição aos melancólicos acordes em tom menos das soleares.
      as alegrias, geralmente, iniciam-se com uma espécie de aquecimento e afinação das cordas vocais . Essa introdução é muito característica e inicia-se assim: 


           Tirititrán tran tran
           Tiritritrán tran tran
           Tiritritrán tran tran
           Tiritritrán tran tran
 Costumo dizer que nem toda alegria tem Tiritritán, mas se tem Tiritritrán...é alegria. O compasso da alegria é de 12 tempos..
 12  3   45  6   7 8   9 10  11 12
Os números em vermelho são os tempos fortes. Quanto a estrutura de baile a alegrai possui algumas características distintas dos outros bailes de 12 tempos, como o silêncio, uma espécie de adágio, com a marcação de compasso mais lenta...pode ser executado entre a primeira e a segunda letra, ou ao final da segunda letra, seguido de escobilha, enfim, ao termino do silêncio não é necessário remate, llamada (chamada) ou cierre para se entrar em outra parte do baile , pois a própria falseta já indica o término do silêncio e o início da escobilha.