segunda-feira, 24 de agosto de 2015

ELEMENTOS PRESENTES NA ESTRUTURA DO “BAILE” FLAMENCO - 2ª parte

Fonte: www.flamencobrasil.com.br - Por: Renata Chauviére
Escobilla”
É a sequência de sapateado. Pode ser acompanhada pela guitarra com a sonoridade tradicional de “escobilla” de um determinado ritmo, que estabelece uma estrutura de pergunta e resposta do sapateado ou por uma falseta, como foi dito anteriormente, permitindo maior liberdade na construção da sequência.
 “Llamadas”
Curta sequência de pés, normalmente com um final forte e preferencialmente a tempo para que seja facilmente entendida pelo “cantaor”, já que se trata do momento em que ele é “chamado” para entrar com seu “cante”.
 “Cierres”
Como conteúdo, podem ter a mesma sequência de pés de uma “llamada”, porém, ao invés de colocados antes da “letra” ou para chamá-la, os “cierres” finalizam uma idéia. Por exemplo, a colocação de um “cierre” após um bloco de “letras”, indicando que se passará a um próximo momento, por exempo, uma “escobilla” ou uma “falseta”.
 “Remate”
Os “remates”, como na costura, unem uma parte à outra dentro da estrutura. Pode-se utilizar um remate na parte forte do “cante” (“subida” ou “caída” da letra, dependendo do ritmo) ou nos espaços onde se pode “respirar” o cante, com passos preferencialmente não mais longos que dois compassos.

Para melhor visualizar todas essas nuances, reproduzo a letra de uma “soleá”:
Yo llevo una cruz en los ombros
Que no la puedo sostener
(aqui se faria o remate dando um compasso de intervalo)
Que no la puedo sostener
Ay no la puedo sostener
Pero en llegando al Calvário
(compasso que se pode rematar em cima da letra)
Yo allí la dejo caer
Pero en llegando al Calvário
(compasso que se pode rematar em cima da letra)
Yo allí la dejo caer
(cada linha tem duração de um compasso de soleá, com os 12 tempos característicos do flamenco)
Muitas vezes utilizada no final do “baile”, evidencia seu o seu fim. A melodia é cíclica e normalmente apoteótica. O “bailaor” pode escolher sair de cena ao som de uma “coletilla” ou, após a mesma, fazer o “cierre” final de seu “baile”.



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