domingo, 29 de maio de 2011

LETRAS DE FLAMENCO - TANGOS

ROSA MARIA - CAMARÓN DE LA ISLA

Verde silvestre del campo
y agua de laguna clara
así tengo comparaos los colores de tu cara.

Rosa maría, rosa maría
si tú me quisieras
qué feliz sería.

Tengo celos de las flores
del espejo donde te miras
del peine con que te peinas
y del aire que respiras.

Tienes alegría y belleza
y finura en el andar
y hasta tu risa es bonita
y distinta a las demás.







JOSE’ MERCE’

DEL AMANECER (1998)


1          DEL AMANECER... (Tangos)

Al amanecer y al amanecer
se le llama Aurora
al amanecer y al amanecer
mi corazon se enamora

Ni tuyas ni mias
nunca hubo entre nosotros
una palabrita fria
ni tuyas ni mias

Al amanecer y al amanecer...

Secretos del corazon
solo el corazon lo sabe
solo el sabe que es amor

Al amanecer y al amanecer...





sábado, 14 de maio de 2011

ORIGENS DO FLAMENCO - TEXTO 2

Fonte: Programa da turnê brasileira de Eva Yerbabuena


      Quando o cantaor lança um grito, um Ay! dilacerante que rompe a noite; depois, quando a bailaora aperta as ancas para vibrar o solo com seus saltos, o flamenco aparece como um desabafo; seja ele da mais contida ou da mais viva dor.  Naquele momento o espectador, seja ele andaluz ou não, não precisa de nenhuma explicação. Ele compreende, instintivamente , o que é o flamenco. Mas quando quer conhecer as origens do flamenco ou as diferentes acepções da palavra, não obtém uma resposta definitiva. O flamenco tem seus mistérios...É certo, porém, que o flamenco permanece uma música singular, ligada a curtos poemas, as coplas, freqüentemente fascinantes, sobre a qual enxertou-se a dança, (el baile).O canto (el cante),a música (el toque) e a dança (el baile) são indissociáveis. Estas é uma das raras certezas. Há ima outra, a de seu local de nascimento. A pátria do Flamenco é a Baixa Andaluzia e seu berço o triângulo formado por Sevilha - Jerez - Cadiz.
     O problema se torna mais complexo quando se aborda a etimologia do Flamenco. A palavra espanhola "flamenco" significa "flamengo". Seu estudo deu lugar a numerosas interpretações. O viajante inglês George Borrow, que viveu perto dos ciganos da Andaluzia, desde 1836, menciona em seu livro Los Zincali que se designa os ciganos sob o nome de novos castelhanos , de germanos ou ainda de "flamencos". Alguns adiantam que a palavra "flamenco" é um derivado da expressão árabe "fellahmengu" que significa "camponês em fuga", devido à proscrição dos ciganos (que aconteceu paralelamente à perseguição dos mouros em 1570, empreendida por Felipe II de Espanha). Outros consideraram que a palavra "flamenco" poderia ter sido importada da Flandres no século XIV por alguns "flamengos" da corte de Carlos V. O termo era compreendido então como um insulto , podendo ser aplicado aos ciganos.
       Viria ainda a palavra "flamenco" de "flameante" (flamejante) ou designaria - como hoje- os fanfarrões? Não esqueçamos, enfim, a versão de Francisco Rodrigues Marin que vê uma correspondência simbólica entre o flamingo rosa (igualmente flamenco), que vivia nas costas do Mediterrâneo e os andaluzes que ocupavam as tabernas , os locais de festa, e cuja silhueta lembrava a do palmípede.  Não bastasse a palavra "flamenco" dar margem a divergências, a própria história do Flamenco e de suas origens suscita igualmente numerosas hipóteses e polêmicas.
   
Cigano e/ou andaluz...
     
      Seria o flamenco criação exclusiva dos ciganos ? Se definirmos o flamenco como cigano , havemos de convir tratar-se de ciganos tomados sedentários e estabelecidos na Andaluzia. De onde vinham eles ? Do vale do Hindo onde, empurrados pelas tropas de Tamerião, teriam - a partir da Índia - ganhado a Europa pelo Egito, a África do Norte ou os Balcãs. O grupo conduzido por João do Egito Menor penetrou nas terras de Afonso V de Aragão, que deu-lhes o direito de lá se instalarem livremente(1425).Durante todo o século XV os ciganos conheceram um período de paz, que lhes permitiu entrar em sintonia com o folclore andaluz. Desse encontro nascerá o flamenco, canto profundo marcado pela melancolia, o faltalismo e o sentimento trágico da vida. De alguma forma, os ciganos fizeram emergir toda a riqueza artística acumulada durante séculos na Andaluzia, que viu se sucederem fenícios, romanos, bizantinos, visigodos, e coabitarem cristãos, judeus e muçulmanos.Os mouros predominaram na espanha de 711 a 1492, até a sua expulsão pelo rei Ferdinando e a rainha Isabel.
       A verdade hiastórica encontra-se a meio caminho, entre os que consideram que os ciganos estão na origem das formas primitivas do flamenco (encontramos aqui uma mistura musical de elementos orientais, judaicos , berberes e gregorianos, sendo a influência árabe notável principalemente nas técnicas inarmônicas, utilizando intervalos menores que o semitom)  e os defendores ferrenhos de um "andaluzismo". Jean Marie Lemogodeuc e Francisco Moyano, autores de um estudo sobre o Flamenco (coleção Que sais-je?, muito popular na França) sustentam que houve "uma lenta transição entre o substrato folclórico andaluz - constituído de romances , canções e danças populares, que originaram os corridos ou romances gitanos - e as tonás gitanes de canto profundo".
    Pode-se, portanto, considerar uma evolução progressiva e insensível dos ritmos e canções populares andaluzes ruma a uma "ciganização".
    Ao redigir em 1783 as regras para conter e castigar a errãncia e outros malfeitos daqueles chamados ciganos ,Carlos III coloca o cigano numa situação jurídica de igualdade com os espanhóis e vai tornar possível a emergência do canto e da dança flamenco. No início do século XVIII ainda não se encontram sinais da palavra flamenco como designativa de uma gênero musical, a as duas danças mais populares da época são fandango e a seguidilla - que dançadas no teatro por profissionais , serão enobrecidas pela "Escuela Bolera' ( a escola do balé clássico). A dança "flamenco", tal como hoje é praticada nasceu no século XIX.


El cante


   O primeiro nome conhecido de cantaor profissional é o de Tio Luis es de la Juliana. Há ainda El Planeta ( criador da seguirya)e seu discípulo El Filo. Eles viveram no início do século XIX e são todos ciganos.
    A primeira referência àquilo que pode ser considerado como do flamenco encontra-se na obra Escenas Andaluzas (cenas andaluzas) de serafin Estebanez Calderón, publicada em 1847: no capítulo "Dança em Triana" o autor enumera nomes precisos de cantes e de cantaores. Após a primeira geração do flamenco, de 1800 a 1860, vem a idade de ouro, de 1860 a 1910. Os primeiros cafés de cante ou cafés cantantes (cafés concertos) são abertos em Sevilha a partir de 1850: Los Lombardos, el Arenal, las Friperas, o Café de Variedades...Mas é principalmente com a abertura de "El Burrero" em 1880 ( que se tornará "Café del Burrero") e do "Café de Silverio" que o cante entra em plena atividade. Constata-se aí que os artistas "payos" (os não ciganos) são duas vezes mais numerosos que os ciganos. Os cafés cantantes teriam pois permitido aproximar as tradições andaluzas (malagueñas, Verdiales, Granaínas, Tarantas) e cigana (Siguiryas, Soleares, Martinetes, Bulerias, Tangos...). O cantaor permaneceu durante muito tempo o personagem principal mas, com o tempo o guitarrista assumiu crescente importância. O nível geral melhorou e os guitarristas inventaram novas técnicas.
      O desenvolvimento dos cafés cantantes teria desencadeado um transtorno irreversível na história do Flamenco. A partir daí ele deixa de ser uma exclusividade cigana; sai do universo privado e familiar para se transformar em espetáculo lucrativo. Abre-se assim a terceira fase do flamenco e sua teatralização.
      
 El baile


       No início do século XX artistas como Manuel de Falla ou Ramón Gomez de la Sema se inquietam: estaria o flamenco em decadência? Para manter vivas suas fontes criam um concurso de Cante Jondo, com a intenção de dar preferência aos "Cantaores que evitam as fiorituras abusivas". Ele acontece em 13 de junho de 1922 na praça de los Ajibes, em Alhambra. Acima do prêmio outorgado a Niño Caracol, o que importa é a tomada de consciência pelos intelectuais da época - como Federico Garcia Lorca - da dignidade e da riqueza do Flamenco.
        Por outro lado o espetáculo teatral assume uma importância bem particular já que ele fará o flamenco conhecido mundo afora. Não se trata mais somente de tablao,mas de cenas de teatro. 
        Em 1929, Antonio Mercé, "La Argentinita", cria a primeira companhia de balé espanhol, que estréia na Opéra Comique de Paris. Vicente Escudero apresenta , também na capital francesa, suas primeiras criações e redige seu Decálogo da Dança Flamenca (1949). É sem dúvida nesse momento que, no inconsciente coletivo, o baile(a dança) a que atualmente se associa o termo flamenco) suplanta o cante. O baile é o prolongamento do cante. Dele emana e se alimenta. A flama é animada pela voz do cantaor e, segundo Jean Cocteau, "o dançarino se consume nesta chama". a osmose é tal que o nome das danças é o mesmo que o dos cantos. Como o cante, o baile é leve nas alegrias, bulerias, rumba e forte, dramático nas soleares, seguiriyas e martinetes. E é a tradição: como o cantaor, o bailaor passa de um estado de tensão dramática a um estado de calma.Por exemplo: a dança que acompanha os soleares vê-se atenuada e adocicada, no momento de seu paroxismo, por uma passagem a um ritmo de bulerias ou a outros ritmos feitos no mesmo estilo.
        Ao estrear no teatro, o flamenco viveu um período de transição, onde por vezes a imagem exótica prevalece sobre a autenticidade. Mas não houve erosão do gênero, a após algumas indecisões, a arte do flamenco encontrou em grandes artistas (La Argentina, Carmen Amaya, Antonio Ruiz Soler, La Chunga, El Farruco, ou ainda Antonio Gades e Cristina Hoyos) sua força de emoção e de paixão.
        Os viajantes do séuclo XIX já observavam que é no domínio da dança, dos ritmos e da harmonia que a arte flamenca utiliza os elementos da arte sacra da Índia. Por suas atitudes, pelos símbolos mágicos desenhados por seus braços e seus dedos, a bailaora de flamenco não deixa de recordar ao espectador de hoje a dançarina indiana.


La Argentinita