PALOS FLAMENCOS - CANTE JONDO -SOLEÁ

    Na música flamenca encontramos diferentes ritmos ( palos), agrupados em famílias de acordo com a estrutura, melodia e temática comum entre eles. Em quase todos os palos pode-se bailar, ainda que existam bailes sem cante e temas puramente vocais. Na interpretação dos ritmos observamos melodias alegres e outras mais tristes, introspectivas. Cada palo expressa um determinado tipo de emoção, como dor, angústia, raiva, solidão, alegria , sensualidade, prazer. Alguns palos também contam a história da região onde foram criados, seus costumes. 
   São três os principais tipos de cante:
 Cante jondo ( profundo) ou grande - considerado a raiz do flamenco, é o de interpretação extremamente  difícil. está ligado à dor, lamento, amor não correspondido, tristeza, morte, etc. A dança que acompanha este cante é de caráter solene. É comum os cantaores iniciarem o cante com um lamento (aiiiiiiii....), que parece sair do fundo da alma e que lembra os canticos muçulmanos. Neste estilo se encontram as formas mais antigas do flamenco, como as Soleares e as Siguiryas.

Soleá 


       É um palo de interpretação profunda, melódica e até dramática. è o mais lento dos palos de 12 tempos, não significando que seja o mais fácil, aliás na minha opinião quanro mais lento, pesado o palo, mais difícil a interpretação. Conta-se:


123   456  78910  12   123....
       
       O nome soleá provém da palavra espanhola soledades (solidão). Os nomes soleares ou soleá podem ser usados indistintamente, significando o mesmo. Muitos aceitam a tese de que esse cante deu origem ao  flamenco, sendo o palo mãe. Existem inúmeras teorias quanto a antiguidade e a evolução das soleares. O aparecimento das soleares como cante flamenco teria ocorrido a no começo do séc. XIX, tendo como berço o bairro de Triana (Sevilha), daí se estendendo a toda a província de sevilha, cadiz e Córdoba, sempre com algumas variações, o que deu origem a numerosos estilos de soleares.
        No geral, as letras das soleares abordam temas sérios, a dramática solidão, que necessita de um modo de expressão para seu extravasamento. Sua forma de cantar pode variar , sendo às vezes mais lenta, como as soleares grandes, às vezes com mais valentia, podendo o cante/ baile terminar por bulerias.